OS SONS EMITIDOS PELA SUA MOTO PODEM IDENTIFICAR OS PROBLEMAS?
14-10-2012 01:37
Apesar de toda dificuldade, alguns ruídos são mais fáceis de interpretar. Por exemplo, esse tic-tic no cabeçote da moto quando o motor funciona pela primeira vez no dia é relativamente comum e normal em alguns motores. Pode ser uma característica do sistema de lubrificação. Enquanto o óleo não atingir as partes altas do motor, o comando de válvulas pode emitir esse som como se fosse uma máquina de costura. Que deve desaparecer em poucos segundos. Não se assuste isso não significa que o motor está trabalhando a "seco", mas o óleo além de lubrificante também funciona como eficiente redutor de ruídos. Como o comando de válvulas tem muitas peças articuladas, o funcionamento é barulhento mesmo, mas o som desaparece depois de ficar devidamente "lambuzado" de óleo.
nos freios a tambor o ronco é assustador e parece um ônibus lotado parando no ponto! Nos dois casos, se o ouvido não estiver afiado, use os olhos porque tanto o desgaste de pastilha, quanto de lonas é visível e fácil de diagnosticar. Uma das campeãs de reclamação de ruído é a corrente de transmissão. Algumas motos são até reconhecidas pelo elevado ruído da corrente como as Honda CBX 200 Strada e CBX 250 Twister. Ambas apresentam um ruído de corrente mesmo quando o componente é novo. Manter a corrente corretamente ajustada e lubrificada ajuda a reduzir o ruído, mas alguns donos dessas motos adotaram um paliativo que é colar uma borracha protetora maior na região onde a corrente entra em contato com a balança.
Um dos grandes mistérios é entender os sons produzidos pelas motos. E a resposta invariavelmente é a mesma: Tentar reproduzir som por escrito é tão difícil quanto ensinar alguém a fazer um nó pelo telefone!

Escola de samba.
O anormal é um motor mostrar-se barulhento mesmo depois de aquecido e com a quantidade de correta de óleo. Nesse caso o ruído é o primeiro sintoma de que algo de errado não está certo! Nas motos atuais o principal foco de ruído é a corrente de comando de válvulas. Como alguns motores têm regulagem manual, ou seja, necessitam de um aperto no parafuso do tensor da corrente para regular a folga, quando o motociclista esquece o período de manutenção percebe um ruído diferente logo de cara. Basta ajustar a folga e o silêncio volta.
No entanto alguns motociclistas menos cuidadosos insistem em rodar mesmo com o motor emitindo uma verdadeira bateria de escola de samba. Geralmente o ruído está associado a folga excessiva em algum componente que pode ser desde as válvulas (entre a haste e o ressalto do comando), até o comumente chamado de "batida de saia", quando o pistão atinge ou supera o limite de desgaste. Como regra geral de manutenção, um defeitinho não resolvido no tempo certo pode resultar em defeitão e até um prejuízo material gigantesco.
Importante é saber identificar a diferença entre o som do motor novo e do motor cansado e não prolongar o período de manutenção.
Aviso sonoro.
Um dos sons mais comentados é uma espécie de apito agudo emitido pelas pastilhas de freio. Em alguns casos o ruído é normal, embora os fabricantes de pastilha fiquem constantemente desenvolvendo novos materiais mais silenciosos. Quando o som fica semelhante ao contato de peças metálicas pare e olhe o estado das pastilhas e do disco porque o desgaste já deve ter superado o limite.

É preciso ficar atento porque existem dois tipos de ruído da corrente. O normal é o som de atrito, mas quando a corrente fica muito folgada ela bate contra a balança e faz um som metálico como uma martelada. Aí já é hora de ajustar a folga.
Barulhento ou silencioso.
Recentemente – Quer dizer, nos últimos anos as motos ficaram mais silenciosas por força da lei. Os escapes das motos estão mais restritivos para obedecer às normas anti-ruído. Como conseqüência, os ruídos mecânicos que antes eram abafados pelo som do escape, agora são mais evidentes. Isso provocou algum alvoroço entre os donos de Yamaha Fazer e Lander, por exemplo. Acostumados a motos menores ou até mesmo iniciantes no mundo de duas rodas, alguns proprietários desses dois modelos chegaram a questionar se havia algum problema técnico, quando na verdade é apenas uma característica do tipo de motor. No caso da Lander, o ruído ficou acentuado em função do desenho do tanque como se fosse uma concha acústica. Não há o que se preocupar, é um ruído do bem.
Curiosamente, donos de Harley-Davidson jamais reclamaram do motor rumoroso. O som de um motor Harley é tão particular que a fábrica até patenteou esse ruído como forma de evitar uma clone japonesa até na voz. O que determina esse som tão personalizado é uma característica do V2 mais famoso do mundo. Esse motor tem dois cilindros em V, mas apenas uma biela! Na verdade uma biela principal, na qual é ligada uma biela secundária. Graças a esse sistema, o motor gera um ruído só dele.
Bateu pino?
Entre os ruídos mais populares da mecânica a temida batida de pino é a campeã de dúvidas. Apesar do nome não tem nenhum pino chacoalhando lá dentro do motor. Esse som metálico é produzido por um fenômeno chamado de auto-detonação (ou pré-ignição). Geralmente é uma detonação da mistura ar-combustível de forma espontânea, antes da hora. Como a mistura entra no cilindro de forma a provocar a detonação mais eficiente possível, qualquer fonte de calor pode provocar a detonação. Quando um acúmulo de carvão fica incandescente provoca a faísca como se fosse a da vela. Aí, quando a vela solta a faísca verdadeira o motor fica maluco com tanta onda de calor fora de hora que provoca uma reverberação semelhante a uma batida metálica.
É um barulho provocado por mais de um motivo: Excesso de carbonização na cabeça do pistão, gasolina de má qualidade, motor fora do ponto de ignição ou vela ruim.
Geralmente esse som aparece quando o motor está em retomada de rotação. Nos motores com injeção eletrônica esse fenômeno é mais raro porque a central eletrônica corrige o tempo de ignição.
Moto barulhenta ou velha?
Além de ruídos mecânicos, algumas motos fazem uma barulheira decorrente de peças mal encaixadas, gastas ou pedindo reposição urgente. Nas motos carenadas as áreas de contato entre as peças de plástico podem se desgastar com o tempo e provocar uma série de ruídos desagradáveis. Se o reaperto dos parafusos de apoio não eliminar os sons, será preciso colar um pedaço de espuma bem fina entre as peças, ou um simples adesivo transparente. Basta um elemento entre os plásticos para o barulho desaparecer.
Quando lavar a moto, aproveite para checar o aperto dos parafusos. Conheço motociclista que roda pelas ruas fazendo mais barulho do que uma carruagem de papei Noel!
Pior mesmo são os barulhos misteriosos, aqueles que fazem a gente desmontar meia moto e não descobrir de onde vem. Eu mesmo fui vítima de um ruído metálico que insistia em vencer todas as minhas investigações. Cheguei a tirar o escapamento na esperança de algum vândalo ter jogado uma moeda dentro dele (o que foi sugerido por um mecânico). Quando já estava prestes a me internar num sanatório um amigo mecânico sugeriu verificar a pastilha do freio traseiro. Qual não foi a surpresa ao descobrir que faltava uma simples presilha, projetada só para evitar o ruído de peça solta! E nem podia culpar ninguém, porque quem trocou a pastilha fui eu mesmo!
E se você curte soltar pipocos.
Aqueles estouros do escapamento saiba que seu motor está estragando a cada POW que faz. Imagine que o motor foi projetado para provocar uma detonação dentro da câmara de combustão. A energia é toda liberada lá dentro. Não por acaso o formato é cilíndrico, porque é o formato que melhor absorve impactos. As válvulas de escapamento e admissão foram projetadas para receber e vedar o impacto criado de dentro para fora do motor. Quando o desgraçado desliga o motor, acelera e liga de novo ele enche o escapamento de mistura não queimada. Aí quando religa a chave a centelha provocada pela vela detona não só a mistura que está no cilindro, mas também a que ainda está no escape, por isso faz aquele estouro. Só que a onda de choque liberada pela explosão no escape se propaga para todos os lados, inclusive de volta para a câmara de combustão. Nesse momento essa onda de choque encontra as hastes de válvulas projetadas para suportar uma força em apenas UM sentido e dá uma tremenda pancada no sentido contrário. O resultado é um ligeiro empenamento nas hastes que prejudicam a vedação das válvulas. Depois de algum tempo o motor da moto desse cretino começa a soltar uma fumacinha azulada e o desqualificado continua rodando, feliz, poluindo o ar e o som ao nosso redor. Quando o motor abrir o bico de vez aí ele rouba outra moto e continua trabalhando. Sim, porque quem chega a esse nível de desprezo pela sociedade certamente é um potencial criminoso.